Quando a prisão é prisão mesmo: gestão privada e humanização do cárcere em Sergipe


Este trabalho é sobre o gerenciamento privado de uma unidade prisional em Sergipe. Por meio de pesquisa etnográfica, documental, e da observação in loco, buscou-se compreender a rotina e os procedimentos implementados por uma empresa numa instituição disciplinar tradicionalmente administrada pelo Estado. Um dos objetivos da pesquisa foi compreender se a passagem do gestor estatal para o gestor privado implicava em melhoria ou deterioração das condições ambientais do cárcere, uma vez que o debate público sobre as prisões gira em torno de humanizá-las a partir de reformas e indicadores de gestão sobre alimentação, assistência médica, higiene das instalações, dentre outros. Outro objetivo foi analisar as relações entre gestores públicos e privados num regime de cogestão que garante, aos primeiros, as funções de direção e fiscalização, e aos últimos, a execução dos serviços ordinários. Entre as conclusões apresentadas, encontra-se que a melhoria das condições ambientais levada a cabo pelo setor privado vem acompanhada da intensificação de dispositivos de vigilância e controle das atividades dos presos, de forma que a humanização das prisões se mostrou compatível com a privatização e expansão do sistema carcerário em Sergipe.

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